quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Olim-PIADAS Beijing 2008

Hoje me dia tem dinheiro sobrando para esportes amadores, porém sem educação física nas escolas é impossível conseguir resultados melhores do que os medíocres alcançados em Pequim

“A partir de 2001, com o advento da Lei Agnelo/Piva, o esporte olímpico e paraolímpico passou a receber mais recursos. No ano passado só o Comitê Olímpico Brasileiro recebeu em torno de R$ 80 milhões. Nos últimos sete anos, foram em torno de R$ 500 milhões. É um dinheiro expressivo, com o qual nunca se contou. Esses valores ainda são acrescidos dos patrocínios das estatais. O Banco do Brasil patrocina o vôlei, o Robert Scheidt, o futsal, que não é modalidade olímpica, os Correios patrocinam a natação, a Infraero patrocina o judô e, assim, sucessivamente.”
José Cruz, jornalista, Correio Brasiliense

Pessoal, tem muita coisa errada neste meio principalmente quando gira em volta de muito dinheiro. Pena que nossa indignação não leva a canto algum. Tudo isso será resolvido quando houver 100% de transparência na gestão financeira pública, mas acho isso quase impossível. Aí sim, saberemos tudo o que está sendo feito. As vezes é bom que o Brasil tenha um desempenho pífio nas olimpíadas, pois desta forma não mascara e não faz a população esquecer de outros problemas tão graves no nosso dia dia. Quando o Brasil ganha algo, é uma semana inteira mostrando a familia do atleta: pai, mãe, avô, cachorro, papagaio. É muito ridículo, mas como a gente gera audiência, a culpa é nossa mesma. O problema não é falta de investimento em esportes, mas sim em educação. O desempenho em jogos olimpicos é apenas um reflexo da situação econômica e educacional de cada pais.

Obs: O título desse post foi uma colaboração do meu amigo Celso Santa Rosa.

2 comentários:

Unknown disse...

rafa,

a verdade é que TODOS os caminhos para o país melhorar, seja esportiva, política, ou economicamente, é a educação. nessa seara eu não queria entrar, pois sou meio radical e algum outro leitor pode não gostar de minhas palavras.

indo direto aos esportes: discordo que o investimento está disponível. o negócio é meio piramidal, tem que ter MUITO guri praticando todo tipo de esporte, para daí saírem bons esportistas, e então os atletas de ponta serem forjados. para criar as condições dessa gurizada toda praticando esportes, é preciso investir MUITO mais do que é investido hoje. educação física, centros esportivos acessíveis, trabalho de base... somos uma referência no futebol pq basta uma bola para montar uma pelada. os americanos são referência no basquete pq tem uma quadra em cada esquina. e por aí vai...

acontece que, via de regra, a grana aparece apenas no momento das competições, vindo de orçamento empresarial focado em eventos (lembra os patrocínios LUPO e TOTVS do glorioso na final da copa do brasil?).

sabe a natália falavigna, que levou bronze no taekwondo? ela investiu PESSOALMENTE em treinador, nutricionista, psicologo, toda uma equipe. falou isso claramente: "nao podia ficar esperando a federação me dar essas condições.". o processo demorou pouco tempo (2 anos), mas (junto com seu talento natural) deu a ela uma medalha olímpica. já o diogo silva, aquele do cabelo rastafari que foi ouro no pan do rio (então tem algum talento, concorda?), e que até antes do pan não tinha quase grana pra pegar o busão pro treino, estava no brasil apenas torcendo...

mau comparando, é o mesmo que o sport receber (e investir) 11 milhoes/ano do clube dos treze e querer entrar na briga de medalhas contra flamengo e corinthians, cada um recebendo coisa de 100 milhoes/ano (entre tv e patrocinador)...

longe, amigo. muito longe.

Rafael Marques disse...

Será que vale a pena a gente ter alguma esperança e confiar de que as pessoas, que têm o poder, vão fazer um serviço transparente sem desvios de verba e que apoie o esporte, educação ou seja lá qual for a área básica? Isso é um desistímulo total.